MORFINA

14 de Novembro de 2011

O principal elemento activo do ópio, a morfina, foi isolado em 1806, em plenas guerras napoleónicas, pelo farmacêutico de Hannover, Adam Serturner. Foi-lhe posto este nome em honra de Morfeu, o deus grego do sono.
Tornou-se num produto de grande aplicação e utilidade médica, que se foi popularizando durante o século XIX, a tal ponto que, em 1823, já se descreviam alguns casos de problemas relacionados com esta substância.


Morfina   

O principal elemento activo do ópio, a morfina, foi isolado em 1806, em plenas guerras napoleónicas, pelo farmacêutico de Hannover, Adam Serturner. Foi-lhe posto este nome em honra de Morfeu, o deus grego do sono.

Tornou-se num produto de grande aplicação e utilidade médica, que se foi popularizando durante o século XIX, a tal ponto que, em 1823, já se descreviam alguns casos de problemas relacionados com esta substância.

 Alguns eventos científicos e bélicos generalizaram o seu uso: ex.: o aperfeiçoamento da seringa hipodérmica em 1853, a guerra franco-prussiana (1870-1871) e a Guerra Civil americana (1861-1865).

 As altas doses administradas aos soldados para fins analgésicos levaram ao aparecimento das primeiras epidemias de morfina, cuja ocorrência permitiu a Louis Lewin criar, em 1874, o termo “morfismo” e o conceito de “dependência” em 1879, com a publicação das suas investigações em relação a 110 casos de “toxicodependência”.

 A dependência da morfina adquiriu proporções de epidemia, sendo especialmente utilizada pelo pessoal de saúde, pessoas do mundo do espectáculo e mulheres da classe média alta, no último terço do século XIX, pelo que se iniciou uma série de medidas de controlo no primeiro decénio deste século.

 Mais tarde, com a proibição, os controlos tornaram-se mais rígidos, mas enquanto o Ópio e a Heroína desapareceram do mercado legal, a Morfina continuou a ser um fármaco controlado, o que proporcionou, pelo menos até meados dos anos 70, a existência residual de grupos de morfinómanos.

 A substância, apresentada em forma de pó, de líquido ou em comprimidos, é introduzida no organismo por via oral ou injectada; espalha-se pelo sangue e chega rapidamente ao sistema nervoso, com o qual mantém uma especial afinidade.

 Todos os opiáceos actuam sobre receptores cerebrais específicos. Estes localizam-se no sistema límbico, na massa cinzenta, na espinal medula e em algumas estruturas periféricas.

Efeitos imediatos sobre o SNC

     * Analgesia,

    * Sonolência,

    * Euforia,

    * Sensação de tranquilidade e diminuição do sentimento de desconfiança,

    * Embotamento mental,

    * Contracção da pupila,

    * Náuseas,

    * Vómitos,

    * Depressão respiratória (causa de morte por overdose),

    * Desaparecimento do reflexo da tosse.

 Outros efeitos

Libertação de histamina - vasodilatação e comichão na pele.

A nível endocrinológico: inibição da hormona que liberta a gonadotropina, diminuição dos níveis do factor de libertação da corticotropina - diminuem os níveis de plasma do cortisol testosterona.

Na mulher produzem-se ciclos menstruais irregulares.

No aparelho digestivo e bexiga: os movimentos peristálticos tornam-se lentos, favorecendo a prisão de ventre. O tónus do esfíncter aumenta e os reflexos de micção diminuem, provocando dificuldade de urinar.

 Efeitos a longo prazo e potencial de dependência

 Desenvolve tolerância em relação aos efeitos de:

    * Euforia,

    * Depressão respiratória,

    * Analgesia,

    * Sedação,

    * Vómitos,

    * Alterações hormonais.

 Não desenvolve tolerância para a miose nem para a prisão de ventre. Estes efeitos, junto com a diminuição da líbido, insónia e aumento da transpiração, são os sintomas dos consumidores crónicos.

 Existe tolerância cruzada entre todos os agonistas opiáceos, pelo que se utiliza para os tratamentos de desintoxicação e desabituação.

 Os opiáceos, devido aos seus potentes efeitos eufóricos e à intensidade da sintomatologia da abstinência, são substâncias muito aditivas.

 Síndrome de Abstinência

Sintomas e sinais:

Desejo de consumo, inquietação e irritabilidade, hipersensibilidade à dor, náuseas, dores musculares, estado de ânimo disfórico, insónia, ansiedade. Dilatação das pupilas, transpiração, “pele de galinha”, taquicardia, aumento da tensão arterial, bocejos, febre.

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