ANFETAMINAS

14 de Novembro de 2011

A Éfedra é uma planta relativamente abundante no mediterrâneo, cuja utilização na medicina nunca foi conhecida. No entanto, esta planta é utilizada desde tempos remotos na medicina chinesa como um anti-asmático.
Em 1926, Chen e Schmidt isolaram e estudaram a efedrina, precursora das actuais anfetaminas de produção sintética.
Anteriormente, apesar de não se saber a data, já se tinha obtido em laboratórios a benzedrina, cujas propriedades permaneceram desconhecidas até o isolamento da Éfedra a pôr em evidência.

Anfetaminas

A Éfedra é uma planta relativamente abundante no mediterrâneo, cuja utilização na medicina nunca foi conhecida. No entanto, esta planta é utilizada desde tempos remotos na medicina chinesa como um anti-asmático. Em 1926, Chen e Schmidt isolaram e estudaram a efedrina, precursora das actuais anfetaminas de produção sintética. Anteriormente, apesar de não se saber a data, já se tinha obtido em laboratórios a benzedrina, cujas propriedades permaneceram desconhecidas até o isolamento da Éfedra a pôr em evidência. A partir de 1930, começaram os ensaios clínicos que tiveram um grande impulso a partir de 1938, com a comercialização da metanfetamina. A Segunda Guerra Mundial popularizou a sua utilização em países como a Suécia e o Reino Unido, enquanto noutros, como a Alemanha, foram impostas muitas restrições. No pós-guerra, as consequências do consumo quotidiano das anfetaminas tornaram-se evidentes e, começando pelo Japão, iniciaram-se tentativas de restrição, ao mesmo tempo que, em alguns países, eram praticadas políticas de tolerância. Os anos 60 foram a grande etapa do consumo de anfetaminas, produzidas legalmente mas obtidas de forma fraudulenta, especialmente a partir da massificação do turismo, já que os cidadãos dos países do norte da Europa aproveitavam as férias nos países do sul, países com baixo nível de controlo sobre estes fármacos, para se abastecerem. A partir da Convenção de Viena de 1971, começaram a ser aplicados controlos muito severos: deu-se uma retirada progressiva de produtos farmacêuticos que continham anfetaminas, até à sua completa supressão em muitos países, o que proporcionou, nos anos 80, o aparecimento de um “mercado negro” de anfetaminas.

 Podem encontrar-se, habitualmente, nas seguintes formas: cápsulas, comprimidos e pó. Podem ter diferentes texturas e cores e a sua pureza no mercado ilícito é reduzida.

As principais substâncias de mistura são a lactose, o manitol, a cafeína e o paracetamol.

 As anfetaminas são absorvidas sem dificuldade, quer pelo tubo digestivo, quer por via parenteral.

Podem ser administradas oralmente (o método mais comum), injectadas ou até “snifadas”.

Por via oral, a absorção completa-se entre as três e as seis horas seguintes.

Distribuem-se amplamente por todo o organismo, – Penetram rapidamente no Sistema Nervoso Central, onde exercem a maior parte dos seus efeitos, facilitando a libertação de noradrenalina e de dopamina. Têm uma vida média entre seis e doze horas, dependendo da velocidade da excreção e da alcalinização ou acidificação da urina.

A acção destas substâncias varia consideravelmente, dependendo do indivíduo, do ambiente e das circunstâncias. Podem referir-se, no entanto, os seus efeitos mais comuns:

 Efeitos Imediatos

Sensação de euforia manifestada sob a forma de: excitação nervosa, insónia, loquacidade, aumento do grau de confiança e da auto-satisfação, agitação e, em algumas ocasiões, agressividade, falta de apetite, fadiga e hiper-actividade.

Uma das acções próprias das anfetaminas é a sua capacidade de incrementar o nível de atenção e de concentração em determinadas tarefas, razão suficiente para o seu uso difundido nos meios estudantis.

 A nível físico, a pessoa pode manifestar:

Transpiração, Sede, Taquicardia, Aumento da tensão arterial, Náuseas, Má disposição, Dor de cabeça, Vertigens... Frequência de tiques exagerados e anormais da mandíbula ou movimentos estereotipados.

 As sobredosagens aumentam a temperatura corporal e podem causar:

Inquietação; Alucinações; Irritabilidade; Taquicardia; Náuseas; Vómitos; Cãibras no abdómen; Insuficiência respiratória e cianose; Impotência e alterações na libido; Dificuldade de micção; Convulsões; ....Morte.

 Efeitos a longo prazo e potencial de dependência.

Quando são administradas por via oral com fins terapêuticos, por exemplo para emagrecer, é menor a probabilidade de ficar dependente. O abuso de anfetaminas por via oral e o seu consumo por via intravenosa produz efeitos similares aos da cocaína.

 Provoca graves depressões, uma alta tolerância e intensa dependência psicológica, o que desencadeia um forte desejo da substância e uma necessidade imperiosa de a consumir. A característica mais notável é o aparecimento do quadro denominado psicose tóxica anfetamínica, caracterizado por hiper-excitabilidade, tremores, sintomas delirantes e alucinatórios. Esta psicose tóxica pode, com frequência, ser confundida com a esquizofrenia. É provável, que os sintomas de abstinência, próprios dos dependentes das anfetaminas, não obedeçam tanto à falta desta droga como ao esgotamento dos sistemas de neurotransmissão adrenérgico e dopaminérgico (Beneit et al., 1990). Trata-se de um quadro clínico caracterizado pela letargia, fadiga, insónia ou hipersónia e depressão. Vai desaparecendo em poucos dias, embora os seus efeitos residuais, como a irritabilidade, alterações do sono e inclusivamente as ideias suicidas, possam persistir durante meses.

 Usos terapêuticos

Alguns derivados anfetamínicos continuam a ser utilizados como anorexígenos no tratamento da obesidade, embora o tempo da sua administração tenha que ser muito limitado devido ao rápido desenvolvimento da tolerância. No âmbito da psiquiatria, utiliza-se no tratamento de perturbações com deficit de atenção da criança e como coadjuvante nalguns tipos de depressão.

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