ÁLCOOL

14 de Novembro de 2011

O Álcool, etanol, pode ser produzido pela fermentação do açúcar existente em produtos de origem vegetal, frutos; caules e raízes ou produzido por destilação.
O consumo de Álcool deve ser tão antigo como a própria humanidade, já que até os primatas tentam ou inclusivamente conseguem fermentar fruta, com que produzem leves intoxicações.
A emergência do álcool em todas as civilizações, apesar de algumas religiões, como o Islão, a terem restringido ou proibido, parece ser uma consequência da Revolução Neolítica da produção massiva de matérias primas (cevada, uvas e outros frutos) e do avanço das novas tecnologias de fermentação, em especial a dorna com separadores.


Alcool

 

O Álcool, etanol, pode ser produzido pela fermentação do açúcar existente em produtos de origem vegetal, frutos; caules e raízes ou produzido por destilação.

O consumo de Álcool deve ser tão antigo como a própria humanidade, já que até os primatas tentam ou inclusivamente conseguem fermentar fruta, com que produzem leves intoxicações.

A emergência do álcool em todas as civilizações, apesar de algumas religiões, como o Islão, a terem restringido ou proibido, parece ser uma consequência da Revolução Neolítica da produção massiva de matérias primas (cevada, uvas e outros frutos) e do avanço das novas tecnologias de fermentação, em especial a dorna com separadores.

A relação entre o Álcool e a Revolução Neolítica alcança tal importância que acaba por adquirir um carácter religioso em todas as civilizações: - No mundo greco-latino clássico, coube a Dionísio e Baco representar este papel; na liturgia cristã há uma presença constante do uso do vinho, com equivalentes em todos os panteões, desde os Aztecas até à religião familiar chinesa, passando pelo Hinduísmo e o sistema religioso Bantu.

Um elemento característico deste vínculo é distinguível na estrutura da urbe - o fenómeno, também universal, da taberna: lugar do povo em que se produzia ou se mantinha uma reserva de álcool para ser consumida naquele mesmo lugar e que, além disso, era também um lugar de relações e actividades públicas, de carácter mais ou menos político. Até agora não há explicações para o universalismo deste complexo cultural.

Em todo o caso, o universalismo do consumo do álcool foi basilar para o desenvolvimento da hegemonia europeia, a partir da descoberta da destilação.

Ter-se-ia que esperar pelo tabaco no século XVIII e por outras drogas já no século XIX para que novas substâncias adquirissem este protagonismo histórico

A técnica para produzir álcool destilado deve-se aos árabes, mas o seu desenvolvimento industrial começou nos países cristãos do mediterrâneo a partir do século XII, ficando a tecnologia perfeitamente desenvolvida e implantada no resto da UvasEuropa no século XIV. 

Quando, posteriormente, se inicia a expansão europeia, o álcool torna-se num produto comercial de primeira ordem, seguramente dos que mais lucros produz no momento da criação de um mercado mundial. Isto é possível porque os produtos destilados europeus (aguardente, rum e genebra em especial) são produtos muito estáveis, que não são afectados pelo transporte nem pelo tempo e que concentram um enorme potencial psicoactivo que lhes permite substituir, dado os baixos custos, as produções locais de fermento. Os destilados convertem-se, assim, num dos primeiros mercados mundiais.

Mais tarde, já no século XIX, fenómenos como a industrialização, o desenvolvimento das comunicações e das tecnologias, que permitiram a estabilidade dos destilados, expandem ainda mais este mercado, que alcança um protagonismo definitivo, ao mesmo ritmo em que se vai desenvolvendo a sociedade de consumo no século XX. No entanto, à medida que cresce o consumo, aumentam os problemas relacionados com estes produtos, e é neste mesmo século que surgem tentativas para a redução da sua presença na sociedade: a proibição nos Estados Unidos, nos anos 20, e as campanhas de prevenção, a partir dos anos 60, nos países desenvolvidos.

 A sua administração é feita por via oral.

 Poucos minutos depois da ingestão, o álcool ou etanol passa para a conrrente sanguínea, onde pode manter-se durante horas, exercendo a sua acção sobre diversos órgãos.

O marcado carácter social desta substância e a grande aceitação de que goza, permitem catalogar como sendo normais padrões de consumo que, na realidade, são claramente exagerados. Do exagero urgem uma série de consequências adversas que a seguir passaremos a resumir:

 Efeitos Imediatos

À sensação inicial de euforia e de desinibição, segue-se um estado de sonolência, turvação da visão, descoordenação muscular, diminuição da capacidade de reacção, diminuição da capacidade de atenção e compreensão, fadiga muscular, etc.

O álcool actua bloqueando o funcionamento do sistema cerebral responsável pelo controlo das inibições. Estas, ao verem-se diminuídas, fazem com que o indivíduo se sinta eufórico, alegre e com uma falsa segurança em si mesmo que o poderá levar, em determinadas ocasiões, a adoptar comportamentos perigosos.

Os acidentes rodoviários merecem uma menção especial. Uma altíssima percentagem destes têm relação directa com o consumo do álcool. Há mais mortes, por dia, causadas pelo álcool do que por outras substâncias psicoactivas. Podemos afirmar que é a primeira causa de morte entre os jovens.

Contrariamente ao que se diz, o álcool não é um estimulante do sistema nervoso central mas sim um depressor.

O excessivo consumo de álcool produz acidez no estômago, vómito, diarreia, baixa da temperatura corporal, sede, dor de cabeça, desidratação, falta de coordenação, lentidão dos reflexos, vertigens e mesmo visão dupla e perda do equilíbrio.

 Se as doses ingeridas forem muito elevadas, caso de intoxicação etílica aguda, pode surgir depressão respiratória, coma etílico e eventualmente a morte.

 Efeitos a longo prazo

O consumo crónico produz alterações diversas em diferentes órgãos vitais:

    * Cérebro: deterioração e atrofia;

    * Sangue: anemia, diminuição das defesas imunitárias;

    * Coração: alterações cardíacas (miocardite);

    * Fígado: hepatopatia, hepatite, cirrose;

    * Estômago: gastrite, úlceras;

    * Pâncreas: inflamação, deterioração;

   * Intestino: transtornos na absorção de vitaminas, hidratos e gorduras, que provocam sintomas de carência.

 Perturbações Psíquicas: irritabilidade; insónia; delírios por ciúmes; ideias de perseguição e, ainda mais graves, as encefalopatias com deterioração psico-orgânica (demência alcoólica).

O consumo habitual na mulher grávida pode dar lugar à síndrome alcoólica-fetal, caracterizado por malformações no feto, baixo coeficiente intelectual, etc.

O álcool provoca tolerância e um alto grau de dependência, tanto física como psicológica. Nos consumidores crónicos pode surgir a Tolerância Inversa, então, basta uma pequena quantidade para se ficar embriagado.

A supressão súbita do álcool no paciente consumidor dependente pode desencadear uma grave síndrome de abstinência que requer atenção médica urgente.

 Os sintomas são os seguintes: entre as doze e as dezasseis horas seguintes à privação da bebida, aparecem: inquietação, nervosismo e ansiedade. Várias horas depois, podem aparecer cãibras musculares, tremores, náuseas, vómitos e grande irritabilidade. A partir do segundo dia de abstinência, nos casos mais graves, surge o denominado “delirium tremens”, caracterizado por confusão mental, desorientação no tempo e no espaço, em relação a si e aos outros, uma clara desintegração dos conceitos, aparecimento de delírios, alucinações, fortes tremores.

 No núcleo familiar, um elevado grau de alcoolismo pode conduzir à falta de responsabilidade, desintegração familiar, crises, maus tratos, etc.

 Outras consequências provocadas pelo alcoolismo são a instabilidade e o absentismo laboral, o aumento de acidentes, os comportamentos criminosos, alterações da ordem e até o suicídio.

 Intoxicação alcoólica aguda.

 Após a ingestão de grandes quantidades, o álcool chega rapidamente ao cérebro e provoca os sintomas da embriaguez nos seus mais variados aspectos.

  As manifestações mais importantes são: comportamentos desadaptados, como por exemplo os impulsos sexuais desinibidos ou agressivos, sensibilidade emocional, deterioração da capacidade de raciocínio e da actividade social, fala premente, descoordenação, instabilidade motora, rubor facial, mudanças no estado de ânimo, irritabilidade, loquacidade e falta de atenção. A conduta habitual do indivíduo pode acentuar-se ou alterar-se. Por vezes, aparecem fenómenos de amnésia durante a intoxicação.

 Álcool: efeitosFactores como a existência de tolerância; o tipo do álcool; a quantidade ingerida; a rapidez do consumo; a ingestão simultânea de alimentos; as circunstâncias ambientais; a personalidade do consumidor ou o consumo de algum medicamento, poderão influir de forma acentuada nas características da embriaguez.

 Os casos mais graves de intoxicação levam à perda de consciência, ao coma e, inclusivamente à morte por depressão cardio-respiratória.

 

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