CLORÍDRATO DE COCAÍNA
14 de Novembro de 2011
Diversos achados arqueológicos permitem afirmar que a utilização da folha de coca é ancestral.
Já havia consumidores de folha de coca no Equador e no Perú por volta do ano 2500 a.C., e o acesso a esta esteve na origem de muitos confrontos nos séculos XII e XIII da nossa Era.
Para os Incas, era não só uma substância medicinal que servia, basicamente, para aliviar a fadiga, mas também, algo de sagrado e, como tal, incluída no panteão e nos rituais religiosos.
Clorídrato de Cocaína
Diversos achados arqueológicos permitem afirmar que a utilização da folha de coca é ancestral.
Já havia consumidores de folha de coca no Equador e no Perú por volta do ano 2500 a.C., e o acesso a esta esteve na origem de muitos confrontos nos séculos XII e XIII da nossa Era.
Para os Incas, era não só uma substância medicinal que servia, basicamente, para aliviar a fadiga, mas também, algo de sagrado e, como tal, incluída no panteão e nos rituais religiosos.
Depois da descoberta da América, a coca não despertou grande interesse entre os conquistadores. A sua atitude foi bastante ambígua a esse respeito: por um lado, a Igreja proibiu a mastigação da folha de coca por ser considerada um vício pagão e desprezível, mas, por outro, deu-se conta dos benefícios que isso lhe trazia, permitindo que os índios trabalhassem sob os efeitos dessa substância.
A cocaína foi isolada por Nieman e Wolter em 1858 e nos anos que
Na década de 70, começando pelos Estados Unidos, a cocaína transformou-se numa droga associada publicitariamente à imagem do êxito social, o que proporcionou uma rápida expansão em todas as classes sociais e especialmente entre os consumidores habituais e abusivos de outras substâncias como, por exemplo, a heroína, o álcool ou as anfetaminas.
Trata-se de um pó cristalino, branco, cintilante, de sabor amargo.
Habitualmente é consumido por via nasal, mas também pode ser absorvido por outras mucosas, por exemplo, esfregando as gengivas.
Alguns consumidores injectam este pó, puro ou misturado em geral com heroína, o que produz frequentes problemas de úlceras, devido à rápida destruição dos tecidos cutâneos.
O cloridrato de cocaína não se volatiliza, tornando-se por isso num produto inadequado para fumar, tanto mais que uma boa parte do mesmo é destruída a temperaturas elevadas.
O cloridrato de cocaína adquire altas concentrações no plasma, de forma bastante rápida, sobretudo se a via de administração for intravenosa.
O metabolismo é fundamentalmente hepático mas deve ter-se em conta que a velocidade com que a substância é absorvida é muito mais rápida do que a sua destruição, facto que leva o organismo a sofrer efeitos tóxicos com relativa facilidade.
Efeitos imediatos
Doses moderadas de cocaína produzem:
* Ausência de fadiga, sono e fome;
* Exaltação do estado de ânimo;
* Maior segurança em si mesmo;
* Prepotência: diminui as inibições e o indivíduo vê-se como uma pessoa sumamente competente e capaz;
* Aceleração do ritmo cardíaco e aumento da tensão arterial;
* Aumento da temperatura corporal e da sudação;
* Reacção geral de euforia e intenso bem-estar;
* Anestésico local.
Quando o uso é ocasional, pode incrementar o desejo sexual e demorar a ejaculação, mas também pode dificultar a erecção.
Com doses altas, os efeitos são:
* Insónia, agitação;
* Ansiedade intensa e agressividade;
* Ilusões e alucinações (as típicas são as tácteis, como a sensação de ter insectos debaixo da pele);
* Tremores, convulsões.
À sensação de bem-estar inicial segue-se, em geral uma decaída, caracterizada por cansaço, apatia, irritabilidade e um comportamento impulsivo.
Efeitos a longo prazo
Complicações psiquiátricas:
* Irritabilidade;
* Crises de ansiedade e pânico;
* Diminuição da memória;
* Diminuição da capacidade e da concentração;
* Apatia sexual ou impotência;
* Transtornos alimentares (bulimia e anorexia nervosa);
* Alterações neurológicas (cefaleias ou acidentes vasculares como o enfarte cerebral);
* Cardiopatias (arritmias);
* Problemas respiratórios (dispneia ou dificuldade para respirar, perfuração do tabique nasal,...);
* Importantes consequências sobre o feto durante a gravidez (aumento da mortalidade perinatal, aborto e alterações nervosas no recém-nascido).
* Fazemos uma referência especial para a chamada “psicose da cocaína”, com características similares à psicose esquizofrénica com predomínio das alucinações auditivas e das ideias delirantes de tipo persecutório.
Potencial de dependência
A cocaína é uma substância com enorme potencial de dependência. É a que provoca a maior percentagem de dependentes depois de ser consumida em poucas ocasiões.
Devido à curta duração dos seus efeitos psicoactivos e ao rápido aparecimento de sintomas de abstinência, provoca um consumo compulsivo. Apesar de não gerar uma síndrome de abstinência com sinais físicos típicos, as alterações psicológicas são notáveis: hiper-sonolência, apatia, depressão, ideias suicidas, ansiedade, irritabilidade, intenso desejo de consumo. Este estado pode conduzir ao abuso de depressores como as benzodiazepinas, o álcool e os opiáceos.
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